domingo, 25 de novembro de 2007

Era só o que faltava...


O assunto que tomou conta do Brasil esta semana, foram as mazelas dos sistema carcerário brasileiro, principalmente no que se refere a colocação de mulheres em celas masculinas no Estado do Pará...

É um assunto novo que chocou o país, até por ser novo, já que o número de violações de direitos nos presídios Brasileiros é tão grande, que já anestesiou a opinião pública com relação à maioria deles...

Principalmente no que se refere a bandidos de baixa renda e pequena periculosidade, que são justamente os que menos mereciam ser punidos além da condenação dada pela lei.

Em meio a todas essas notícias, o oportunismo de quem tem dinheiro pra manipular a lei, foi a que me deixou mais perplexo:

"A Jovem Suzane Von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais, quer que o Estado de São Paulo pague indenizações no valor de R$ 950 mil. Ela diz ter sido ameaçada de morte e passado fome durante uma rebelião no presídio do Carandiru, em 2004, e alega ter sido forçada pela diretoria do presídio a conceder uma entrevista coletiva. As informações são de O Estado de S.Paulo."

Na opinião de muitos, essa aí sim, é uma que merecia ir parar numa cadeia do Estado Pará...

Agora, ter a cara de pau de pedir R$ 950.000 em indenização???

Tentando esquecer o crime que ela cometeu... Por mais que a indenização fosse de direito, fico imaginando se todos os presos envolvidos em rebeliões, vítimas de agressão de outros presos, vítimas da própria superlotação dos presídios, e de todas as outras mazelas do sistema carcerário resolverem pedir indenização ao Estado...

Nem vendendo o país era capaz de dar pra pagar...

Se não dá pra pagar o "direito" de todos, que não se pague o de ninguém...
Afinal, a lei é pra todos, e não só pra quem tem grana pra pagar advogados...

Até porque os criminosos são eles...
Eles é que deviam pagar indenizações à sociedade, e não o contrário...

Espero que o Estado não se deixe por este absurdo, e não mostre mais uma vez que nesse país o crime compensa, pra quem pode comprar a justiça...

2 comentários:

Jonfil disse...

Vamos a lá Jack estripador... ou seja, por partes:

Acredito que o sistema carcerário brasileiro, guardada suas devidas proporçoes, não deixa a dever ao de nenhuma outra nação. Começo meu comentário dessa forma, pq morrerei tentando desfazer a cabeça de meus amigos esse pensamento de que mazelas são propriedades próprias do Brasil. Sim, assim como parte da população (digo parte, pq nem todo mundo compartilha desse pensamento) fico indignado quando ouço uma notícia como essa. Sim, quando ouço... quando ela vem à tona, pq muita (muita mesmo) coisa pior deve acontecer e a gente nem se dá conta... ou porque elas não venham à superfície, ou pq estamos muito ocupados com a nossa própria vida, que não dá prá gente ficar tentando descobrir tudo de bom ou de ruim que anda acontecendo, muitas vezes na casa do lado... e nem tomamos conhecimento.

Esse tipo de coisa não acontece só no Brasil e com certeza acontece nos paises mais desenvolvidos. Vira e mexe nós vemos alguns filmes que mostram algumas realidades do sistema carcerário americano. Lembrem-se, tal qual o Brasil, os EUA é muito grande, com estados e cidades com leis muito diferentes umas das outras... e deve ser horrível vc ter que sujeitar-se à leis diferentes ao atravessar uma fronteira dentro de seu próprio pais... dentro de seu próprio estado. Imaginem só o que deve acontecer num estado remoto ou numa cidade ´´esquecida`` nos EUA... será que é diferente daqui? Duvideodó? E a polícia de lá ou de qualquer outro lugar, não tem corrupção, não tem os aproveitadores do poder? O problema não é do Brasil e eu faço questão de frisar isso, pq toda vez que alimentamos esse tipo de pensamento, estamos dando menos chance de se melhorar, incurtindo na cabeça dos mais jovens que não vale a pena tentar mudar, já que dá a impressão que não tem jeito, que o Brasil está fadado a ser um país de merda, de corruptos e de subdesenvolvidos. Na verdade, o Brasil não é diferente de nenhum outro país... e se por acaso tem diferenças, ela é natural e histórica, mas que pode e deve ser mudada com o devido tempo, mas enquanto estamos perdendo tempo em apontar e valorizar as falhas, estamos tirando o nosso corpinho fora em tentar mudar... em tentar arrumar a casa. É, arrumar a casa seria uma ótima analogia. Pessoas que chega em casa e tropeça no sapato do seu irmão mais jovem que o deixou jogado no meio da sala. Tem aqueles que reclamam, pq jamais fazem isso, mas ao mesmo tempo não o recolhem, deixando lá para que outro tropece. Tem quem o jogue pela janela ou esconda para que o irmão não encontre mais e ainda diz que não viu. Tem aquele que esbraveja, dizendo que nem adianta falar com o irmão, pq ele não tem jeito mesmo. Tem aquele que vai pedir para o irmão recolher, tem aquele que o intima com tapas ou não... Uma situação tão besta, e existem as mais diversas formas de tratá-la e existem muitas pessoas que agem diferente, até aquelas que por esse motivo, passam a largar os seus sapatos pela casa também.

Jonfil disse...

Agora vamos à Srta Richthofen que eu acredito, e tenho certeza, que tal idéia com certeza partiu de seus advogados, que obviamente esperam levar a sua parte nesse bolinho, que é sempre super dimensionado, com a idéia de se chegar pelo menos a um terço do peso. São suportes da lei que, é claro, só estará à disposição de todos que puderem, assim como qualquer outra coisa ou direito, estará disponível para quem tiver condições... e é sempre um jogo do quem pode mais chora menos, como em tudo na vida. Tudo o que for de melhor, vai sempre estar nas mãos de quem pode mais, quer seja pelo poder financeiro ou da força física ou mental. A vida é como um jogo de xadrez, cujas peças tem um determinado valor, onde os peões são em maior número, mas ocupam a linha de frente e tem movimento limitado. Mas tal qual no jogo do xadrez, o peão, mesmo que em chance remota, pode chegar a receber atributos de uma peça de maior valor. Melhor que no jogo de xadrez, na vida, ainda que mais remotamente ainda, o peão pode chegar até ser rei.

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