UM CONFLITO QUE PODERIA TER SIDO EVITADO
Esses últimos dias o país se viu diante de mais um fato triste e velho conhecido nosso. O eterno conflito de terras. De um lado, os latifundiários donos de vastas áreas em nosso país. Do outro, os índios. Os primeiros habitantes de nossas terras. Habitantes do nosso país, que também é país e terra deles. Mas qual seria a solução ideal para um acordo entre os índios e os latifundiários? O que pode ser feito, para que novas "guerras" não aconteçam?
Os índios Macuxis, da reserva indígena Raposa Serra do Sol, uma área, que nos anos 70, foi primeiramente demarcada pela Funai, em cerca de 3500 quilômetros quadrados, teve seu processo interrompido. Os primeiros empresários de terra chegaram, nos anos 70, e se instalaram ao redor da área. Anos passados, em 2005, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva finalmente deu um fim ao processo. O mesmo demarcou a terra dos indígenas em mais de 17.000 quilômetros quadrados. E o que ocorreu? A reserva indigena simplesmente "engoliu" tudo o que estava ao seu redor. Toda a área foi abrangida pela reserva, o que irritou ambas as partes. Uma situação complicada, que resultou numa invasão indígena a uma das fazendas de arroz da região, e no ferimento de cerca de 10 indíos.
Esse conflito na região é bastante antigo. Os brancos reivindicam uma área de apenas 1000 quilômetros das 15000 demarcadas pelo Presidente da República. Mas essa pequena área está causando muita apreensão entre os moradores da área, e revolta no prefeito da cidade de Paracaíma, o rizicultor Paulo Quartiero. Os donos das terras foram expulsos de suas terras pela Polícia Federal, gerando revolta entre todos os produtores de diversas culturas da região. Fato é que a área é de grande importância para o Estado de Roraima, tendo em vista que, dentro da reserva, se encontram fazendas de arroz que respondem por simplesmente 6% do PIB do mesmo Estado, além de ser uma área que, no futuro, poderá ser inundada, para a construção de uma usina hidrelétrica. Imagina o que não vem por aí. Muitos conflitos ainda estão no horizonte.
A culpa, na minha opinião, é mais uma vez do governo. Não desse governo, mas de governos anteriores a esse. Essa área foi inicialmente ocupada pelos homens brancos no séxulo XIX. Fazendas foram instaladas na região. O próprio prefeito de Paracaíma, que foi recentemente preso pela PF, e levado à Brasília, chegou a região em 1976, e produziu um patrimônio de mais de 50 milhões de reais. Ele também, mesmo sendo a parte rica da estória é vítima, igualmente os índios, que também não tem culpa da inércia e incompetência desses governos que estão em brasília. 46% do Estado de Roraima abrangem áreas indígenas demarcadas pelo governo. Nesse vasto território, apenas 19.000 indíos podem viver lá, pois o governo diz que a terra é deles. E como ficam os donos das terras, que produzem riquezas pro Estado e para o país? Como pagar o absurdo valor de R$ 200.000,00 reais, a uma das famílias mais antigas da região, pela desapropriação de uma área de cerca de 2.000 hectares? Essa família agora é considerada invasora da terra. Uma terra que foi comprada ainda na época do final do Segundo Reinado. Um absurdo.
Acho que os brancos e os indígenas deviam se unir contra a incompetência dos governos. Deviam se unir, porque é um absurdo acontecer o que está acontecendo. Pessoas podem morrer, por causa dessa guerra. E o pior é que, na minha opinião, ambos estão certos. Não se pode, simplesmente expulsar e dar valores medíocres para os donos de terras que produzem riqueza pro país, de áreas que estão em poder de suas familias há decadas. Ao mesmo tempo, os índios não tem culpa disso tudo. Eles são os primeiros habitantes do local. Algumas aldeias vivem até bem. Produzem riquezas e tudo. Mas a maioria vive da mesma forma que a da época do descobirmento. Vivem da caça e pesca. O STF está para decidir sobre o conflito da região. Resta saber o que os Ministros irão decidir sobre o assunto. E torcer para que mais uma triste página da nossa história tenha um final feliz. Tanto para os índios, quanto para os proprietários de terras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário