sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

"Desejo e Reparação."



Ontem resolvi me desligar do mundo e mandar para o cinema e assisti a três ótimos filmes. Hoje vou falar sobre "Desejo e Reparação." Esse filme conta a história de uma adolescente de treze anos que, apaixonada pelo filho do caseiro e decepcionada por ver a paixão entre ele e sua irmã mais velha, usa sua imaginação de escritora para acusá-lo de um crime que ele não cometeu e acaba causando uma desgraça para a vida dos dois jovens.

Isso me fez refletir sobre algumas coisas. Muitas vezes nós criamos ilusões sobre determinadas circunstâncias e pessoas, levados pela cegueira da paixão, da inveja, do ciúme e acabamos em uma espécie de mundo paralelo, onde nada daquilo que vemos, ouvimos ou sentimos condiz com a realidade. Imaginamos as coisas e as pessoas do jeito que queremos, tornado tudo isso "real" e ao menor sinal de contrariedade, jogamos toda nossa decepção na realidade que sempre esteve ali, mas não quisemos ver.

Já conheci pessoas que já nem sabiam mais se estavam fantasiando ou falando a verdade e eu já nem sabia mais se acreditava ou não. É criado um personagem que acaba se confundindo com o "ator principal" e nem ele próprio sabe mais separar um do outro.

Nossa mente é muito fértil, a linha que separa a lucidez da loucura é muito tênue e quando as coisas se confundem fica difícil arrumar a bagunça. Nem sempre é possível concertar as coisas, os estragos podem ser irreparáveis. Ter imaginação é bom, saudável, mas não podemos deixar que ela nos conduza, nem conduza a vida dos outros.

Monkinha.

Um comentário:

Jonfil disse...

Tres sessões de cinema num só dia?? Vai ser indicadora de Oscar, vai?

rs*